Quando a notícia fala que alguém foi preso graças ao DNA, a maioria pensa em ficção. Na prática, o DNA forense já é rotina nas delegacias brasileiras. Ele serve como impressão digital biológica: cada pessoa tem um código genético único, e a ciência consegue ler esse código para comparar amostras encontradas em cenas de crime.
O processo começa no laboratório. Técnicos coletam sangue, saliva, cabelo ou pele que possam conter material genético. Depois, tratam a amostra para extrair o DNA e usam equipamentos de PCR (reação em cadeia da polimerase) para amplificar trechos específicos. Por fim, os resultados são comparados com perfis armazenados em bancos de dados, como o Sistema Nacional de Identificação (SNI). Se houver coincidência, a polícia tem uma pista forte para avançar na investigação.
O DNA forense não dá respostas instantâneas, mas a tecnologia evoluiu tanto que o tempo de retorno caiu de semanas para dias. Primeiro, a equipe garante a integridade da prova: coleta com luvas, recipientes estéreis e registro fotográfico. Depois, no laboratório, o DNA é quantificado – isso garante que a quantidade seja suficiente para a análise.
A etapa de amplificação multiplica regiões chamadas STRs (Short Tandem Repeats). Cada pessoa tem um número específico de repetições nesses pontos, e a combinação forma o “perfil de DNA”. Esse perfil é então inserido no software de comparação, que cruza os dados com amostras de suspeitos ou com o banco de perfis de criminosos e de desaparecidos. Quando a coincidência atinge 99,9% de probabilidade, o resultado já pode ser usado como prova em tribunal.
No cotidiano das forças de segurança, o DNA forense resolve casos que antes eram impensáveis. Desde identificar vítimas de desastres naturais até desvendar crimes de tráfico de drogas, a técnica tem se mostrado indispensável. Um exemplo recente foi a identificação de restos mortais de crianças desaparecidas em São Paulo, permitindo que as famílias tivessem respostas depois de anos.
Além disso, o DNA tem papel crucial nas prisões preventivas. Quando a polícia apreende objetos como armas ou veículos, a presença de vestígios genéticos pode confirmar a autoria e evitar erros judiciais. O Ministério da Justiça tem investido em laboratórios regionais para descentralizar a análise e reduzir a fila de processos.
Mas há desafios: a necessidade de treinamento especializado, o custo dos equipamentos e a gestão segura dos bancos de dados. O debate sobre privacidade também cresce, já que o DNA contém informações sensíveis além da identidade. Por isso, políticas de uso responsável e auditorias são essenciais.
Se você quiser saber se um caso que acompanha nas notícias tem envolvimento de DNA forense, procure por termos como “exame de DNA”, “perfil genético” ou “banco de dados do SNI”. Essas palavras sinalizam que a investigação está usando a ciência para chegar à verdade.
Em resumo, o DNA forense trouxe precisão e agilidade às investigações criminais brasileiras. Cada amostra coletada pode transformar um caso frio em solução, dando justiça a quem precisa e ajudando a prevenir novos crimes. A tendência é que a tecnologia continue evoluindo, tornando o processo ainda mais rápido e acessível a todo o país.