Identificação das vítimas do desastre da Air India é concluída após trabalho forense complexo

Identificação das vítimas do desastre da Air India é concluída após trabalho forense complexo jul, 12 2025 -0 Comentários

Força-tarefa agiliza identificações após queda do voo da Air India

O que parecia impossível virou realidade em tempo recorde: em menos de duas semanas, todas as 260 vítimas do acidente aéreo na Índia foram identificadas. Em 12 de junho, o Boeing 787-8 da Air India, saindo de Ahmedabad com destino a Londres, caiu logo após a decolagem. Ao todo, 241 pessoas que estavam a bordo — 230 passageiros e 12 tripulantes — perderam a vida. No solo, o impacto devastador destruiu parte de um complexo de alojamentos de um hospital universitário, tirando mais 19 vidas.

Entre os passageiros, 169 eram cidadãos indianos, mas havia também 53 britânicos, sete portugueses e um canadense. O choque foi global; famílias de vários países aguardavam respostas. Só um britânico escapou, praticamente ileso, ficando poucos dias hospitalizado antes de receber alta — uma exceção dolorosamente rara nesse tipo de tragédia.

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Sabendo da angústia dos parentes, autoridades forenses indianas mobilizaram equipes de várias cidades. O trabalho foi intenso e prioritário: a maioria dos corpos estava carbonizada ou desfigurada, inviabilizando métodos convencionais de identificação. Das 260 vítimas, 254 foram reconhecidas por análise genética e as seis restantes, por reconhecimento facial digitalizado. O governo do estado de Gujarat garantiu que a liberação dos corpos fosse feita no menor tempo possível, permitindo que famílias pudessem realizar os rituais e se despedir de forma digna.

O ministro da Saúde, Rushikesh Patel, e o Secretário-Chefe Adjunto, Dhananjay Dwivedi, destacaram que equipes médicas, peritos e apoio psicológico trabalharam juntos para conduzir todo o processo sem erros. Parte das famílias optou por cerimônias tradicionais — 26 vítimas já tiveram seus ritos religiosos realizados privatamente, enquanto outras 19 preferiram cerimônias organizadas pelo próprio hospital.

Agora, com a fase de identificação encerrada, as atenções se voltam à busca por respostas técnicas. A Agência de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (AAIB) da Índia assumiu a linha de frente da apuração, contando com ajuda de especialistas internacionais. O relatório inicial, divulgado exatamente um mês após a tragédia, revelou um dado assustador: os registros de voo apontaram que, segundos antes da queda, os interruptores de combustível dos dois motores foram colocados na posição 'cutoff', o que corta o fornecimento. As gravações do cockpit mostram os pilotos debatendo e, aparentemente, confundindo-se sobre a ativação dessas chaves. Só que, até agora, não há um veredito final sobre o que levou a esse erro ou quem seria o responsável.

O fato é que essa foi a pior tragédia aérea nas últimas três décadas na Índia. E, ao que tudo indica, a análise completa dos dados dos gravadores ainda vai levar meses. As famílias seguem tentando se recompor, enquanto esperam por respostas definitivas sobre o que realmente aconteceu naquele voo do qual quase ninguém saiu vivo.

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