Quando Jon Jones, campeão peso‑pesado da UFC UFC subiu ao octógono de UFC 309Rogers Arena, Vancouver e derrotou Stipe Miocic, ele deixou claro que a aposentadoria não faz parte dos seus planos. Em vez disso, o 37‑anos quer um duelo que ele mesmo chama de "legado": uma superluta contra o atual campeão peso‑médio Alex Pereira, também da UFC.
Jones começou sua carreira no MMA em 2008 e rapidamente se tornou o Greatest of All Time dos pesos‑leves. Depois de dominar a categoria por quase uma década, subiu ao peso‑pesado, derrotando nomes como Francis Ngannou e, agora, Stipe Miocic. O que muitos não esperavam era que, aos 37 anos, ele ainda quisesse testar seus limites contra um campeão de outra divisão.
Na coletiva de imprensa logo após o combate, Jones declarou: "Se houver uma luta que valerá financeiramente e para o meu legado, será contra Alex Pereira. Ambos temos 37 anos, eu peso cerca de 235 libras e ele circula em torno de 240 libras. Isso faz sentido do ponto de vista de peso." Ele ainda acrescentou que ainda prefere "um grande nome" a "um jovem que hoje está em alta e pode desaparecer amanhã".
O campeão peso‑pesado não poupou palavras ao falar de Tom Aspinall, o próximo desafiante lógico: "Não estou preocupado com a luta contra Tom. Estou preocupado com a luta contra Alex. Vou até abdicar do cinturão peso‑pesado se for preciso. Meu valor não está em cinturões, está em algo maior."
O CEO da organização, Dana White, CEO da UFC, foi categórico ao rejeitar a ideia: "Não há jeito algum de eu colocar Jon Jones contra Alex Pereira. É simplesmente impossível." Essa resposta cria um obstáculo gigantesco, já que a superluta depende de aprovação do presidente.
Apesar da resistência, a própria UFC ainda não descartou a possibilidade de um confronto de três títulos – algo que seria histórico para o MMA. No entanto, o custo financeiro e a logística de encontrar um sábado que agrade a ambas as partes ainda são grandes incógnitas.
Especialistas apontam que a luta seria um choque de estilos muito interessante: Pereira chega com um índice de nocaut de 83 %, resultado de sua trajetória no kickboxing, enquanto Jones tem um percentual de 37 % mas compensa com um arsenal completo de wrestling e alcance.
Analistas como Joe Rogan sugerem que o maior risco para Jones seria a velocidade e precisão de Pereira, enquanto o ponto forte de Jones seria neutralizar o striking com quedas rápidas e controle de posição.
Três cenários se desenham no horizonte:
Para o público, a questão principal não é só quem vence, mas o que essa luta representaria para o futuro do esporte: a primeira vez que um lutador detém simultaneamente três títulos mundiais.
Se Jones conseguir a superluta e vencer, ele garantirá o título de "o maior de todos os tempos" de forma incontestável. Caso contrário, ele pode ser lembrado como o grande atleta que se recusou a se retirar, mas nunca conseguiu consolidar a trilha histórica que buscava.
Uma vitória contra Alex Pereira garantiria a Jones o status de campeão em três categorias, reforçando seu legado como o maior de todos os tempos. Mesmo uma derrota poderia ser vista como um último grande desafio antes de um eventual retiro.
White argumenta que a proposta envolve riscos financeiros enormes, além de complicar a agenda da UFC. Ele também teme que o confronto possa desfavorecer a marca se o resultado for anticlimático.
Jones pesa cerca de 235 lb, enquanto Pereira circula perto de 240 lb. Ambos poderiam competir em torno de 237 lb, permitindo um acordo de peso que respeite os limites de cada divisão.
A UFC promoveria um torneio ou escalaria Tom Aspinall como o próximo campeão. A decisão abriria espaço para novos contendores e mudaria a dinâmica da divisão peso‑pesado.
Pereira já demonstrou interesse em desafios inter‑divisões e, com 37 anos, pode considerar a proposta como forma de consolidar seu legado, contanto que o pagamento seja atrativo.
1 Comentários
Flavio Henrique outubro 6, 2025 AT 02:56
Ao contemplar a trajetória de Jon Jones, deva‑se reconhecer que o legado que ele persegue transcende simples cinturões; trata‑se de uma busca quase metafísica pela imortalização esportiva. Sua disposição em abdicar de um título já consolidado para enfrentar um campeão de outra categoria demonstra um espírito audacioso que raramente se vê nas lendas do MMA. A proposta, ainda que ousada, revela um desejo profundo de validar seu estatuto como o maior de todos os tempos, ainda que isso o exponha a riscos consideráveis. Se a UFC aceitar tal confronto, o evento não será apenas uma luta, mas um marco histórico cujas reverberações ecoarão por gerações. Portanto, a análise deve focar menos nos números e mais na ambição filosófica que move o atleta.