Violência sexual não é só um ato de agressão, é uma situação que afeta a dignidade, a saúde mental e física da pessoa. Pode acontecer em qualquer lugar – em casa, no trabalho, nas ruas – e envolver desconhecidos ou pessoas próximas. Quando você entende o que realmente acontece e como identificar os sinais, fica mais fácil agir e proteger quem precisa.
Nem sempre a vítima fala abertamente sobre o que aconteceu. Alguns sinais físicos são hematomas, lesões genital ou dor ao urinar. No aspecto emocional, pode aparecer medo excessivo, ansiedade, depressão ou até mudanças bruscas de humor. Se alguém começa a evitar certos lugares ou pessoas, isso pode ser um alerta. Preste atenção a comportamentos de isolamento, uso de álcool ou drogas como forma de fugir da dor.
Se você ou alguém próximo foi vítima, a primeira atitude é procurar um ambiente seguro. Isso pode ser a casa de um amigo, uma instituição de apoio ou até a polícia. Em seguida, registre a ocorrência: vá a uma delegacia ou use o Disque 180, serviço de atendimento à mulher. Leve documentos, exames médicos (se houver) e, se possível, tire fotos das lesões. Eles são provas importantes.
Não deixe a vítima sozinha. Ofereça apoio emocional, escute sem julgar e incentive a buscar ajuda profissional. Centros de referência, como o Centro de Atendimento à Mulher, oferecem acompanhamento psicológico, jurídico e médico gratuito. Se a pessoa ainda estiver em risco, acione imediatamente a polícia ou o SAMU (192).
Além do apoio institucional, há linhas telefônicas confidenciais que funcionam 24h, como o Ligue 180, onde a vítima pode conversar com especialistas e receber orientações sobre os próximos passos. Não hesite em usar esses serviços; eles existem exatamente para situações como essa.
É fundamental também conhecer os direitos legais. A Lei Maria da Penha protege mulheres de violência doméstica, mas a Lei nº 13.718/2018 trata especificamente de crimes de violência sexual, incluindo estupro de vulnerável e assédio sexual. O agressor pode ser responsabilizado criminalmente e a vítima tem o direito de receber indenização por danos morais e materiais.
Prevenção também faz parte do combate. Educar crianças e adolescentes sobre limites corporais, consentimento e respeito pode reduzir casos futuros. Conversas abertas em casa, nas escolas e no ambiente de trabalho criam uma cultura de denúncia rápida e apoio mútuo.
Se você trabalha em uma empresa ou instituição, implemente treinamentos de prevenção e protocolos claros para lidar com denúncias. A criação de um canal interno de comunicação, sem retaliações, ajuda a identificar agressões antes que se agravem.
Por fim, lembre‑se de que a culpa nunca é da vítima. A responsabilidade recai sempre sobre quem comete o ato. Ao divulgar informações corretas, ao apoiar quem sofreu e ao denunciar, todos contribuímos para tornar a sociedade mais segura e justa.