Raphinha e Joan Garcia retornam após 58 dias; Barça vence 4-0 no novo Spotify Camp Nou

Raphinha e Joan Garcia retornam após 58 dias; Barça vence 4-0 no novo Spotify Camp Nou dez, 19 2025 -0 Comentários

Na noite de sábado, 5 de dezembro de 2025, o FC Barcelona voltou a respirar o ar do seu coração. Pela primeira vez em dois anos, os torcedores encheram o Spotify Camp Nou — agora parcialmente renovado — para ver o time jogar em casa. A vitória por 4 a 0 sobre o Athletic Club foi mais do que um resultado: foi um ritual de redenção. E no meio disso tudo, dois nomes que o clube havia perdido por 58 dias: Raphinha Blackman de Oliveira e Joan García Sánchez.

O retorno dos ausentes

Raphinha, o ponta brasileiro de velocidade e coragem, entrou aos 80 minutos. A arquibancada explodiu. Um aplauso contínuo, quase religioso, subiu das cadeiras. Ele não marcou — mas quase. Um chute cruzado que passou por um fio de Unai Simón, o goleiro do Athletic, foi o suficiente para lembrar: ele ainda tem esse toque. Já Joan Garcia, o goleiro espanhol que havia sido titular absoluto antes da lesão, começou no gol. Fez três defesas decisivas, incluindo uma de ponta pé de mão contra um contra-ataque do Athletic no 37º minuto. Clean sheet. Debut. História.

Os dois tinham sumido desde o dia 8 de outubro, quando Garcia sofreu uma lesão no menisco interno do joelho esquerdo contra o Real Oviedo, e Raphinha, no mesmo jogo, rompeu parte do músculo bíceps femoral direito. Nove jogos sem eles. Nove jogos em que o Barça sentiu a falta de um criador e de um portão confiável. Agora, voltaram. Juntos. Na hora certa.

A volta ao lar — mesmo que parcial

O Spotify Camp Nou não estava completo. Ainda faltavam setores da arquibancada sul, os bastidores do estádio estavam em obras, e os acessos para cadeirantes ainda não estavam totalmente adaptados. Mas o que estava pronto? O gramado, os camarotes, o túnel de entrada — e, acima de tudo, a alma.

Na sexta-feira, antes do jogo, o técnico alemão Hansi Flick falou com os olhos brilhantes: “A gente prefere jogar aqui. É só assim. Quando treinamos no campo, subi as escadas... a sensação foi incrível.” Ele não estava falando de estatísticas ou tática. Estava falando de pertencimento. O Barça jogou 730 dias seguidos no estádio temporário de Montjuïc — um lugar funcional, mas sem alma. Agora, mesmo com metade das cadeiras vazias, o estádio respirou.

Os números da obra são pesados: €1,5 bilhão investidos desde junho de 2023, com atrasos por problemas estruturais e exigências legais. O clube precisou recorrer a investidores privados para fechar o financiamento. Mas ninguém no vestiário estava pensando em dinheiro. Estavam pensando em como o estádio parecia mais quente, mais alto, mais seu.

Os gols e os que ficaram de fora

O placar foi obra de quem estava em plena forma. Robert Lewandowski abriu o marcador aos 12 minutos, com um cabeceio de falta cobrada por Yamal. Ferran Torres, em contragolpe, ampliou aos 28. E Lamine Yamal — o garoto de 17 anos que já virou símbolo — fez dois: um de canhota, no ângulo, e outro de pênalti, com frieza de veterano. O jovem, que já tem 12 gols na temporada, agora tem 24 partidas no Camp Nou. Um recorde para sua idade.

Mas nem tudo foi perfeito. Frenkie de Jong continuava sob observação por uma lesão muscular ainda não diagnosticada. Pedri, o talento espanhol, também não treinou com o grupo na quinta-feira. E, em um erro de reportagem que circulou em alguns sites, o nome de Marcus Rashford — jogador do Manchester United — foi mencionado como se estivesse no elenco. O próprio Barça corrigiu: “Rashford não joga aqui. Não joga, não treina, não respira aqui.”

Por que isso importa além do campo

O retorno do Camp Nou não é só um evento esportivo. É um símbolo de resistência. Em meio a crise financeira, acusações de má gestão e pressão dos sócios, o clube precisava de um momento de unidade. E ele veio com um gol de Yamal, uma defesa de Garcia e um aplauso que durou quase cinco minutos quando Raphinha entrou.

“Nós ainda temos muito caminho pela frente até maio”, disse Flick. “Mas hoje, isso aqui... isso é o que nos move.” Ele não mencionou a tabela. Não falou de títulos. Falou de emoção. E isso, para os torcedores, é o que realmente conta.

O que vem a seguir

O próximo passo? Aumentar a capacidade gradualmente. A meta é ter 100% do estádio operacional até junho de 2026. Ainda há obras pendentes nos fundos do estádio, na iluminação e no sistema de som. Mas o clube já começou a vender ingressos para os jogos de janeiro — e todos os 20 mil ingressos disponíveis para o duelo contra o Real Madrid em 18 de janeiro já estão esgotados.

Enquanto isso, Raphinha e Garcia devem ser liberados para jogar integralmente a partir da próxima rodada. O técnico prometeu: “Eles não vão ser poupados. Mas vão ser cuidados.”

Frequently Asked Questions

Por que Raphinha e Joan Garcia foram tão importantes para o retorno do Barça?

Raphinha era o principal criador de jogadas pela direita e o único jogador com velocidade para romper defesas compactas. Já Joan Garcia, desde que assumiu a titularidade em outubro, foi o goleiro mais confiável da equipe, com 11 jogos seguidos sem sofrer gols antes da lesão. Juntos, eles representavam estabilidade técnica e emocional — algo que o time sentiu profundamente durante os 58 dias sem eles.

Qual é o estado atual da reforma do Spotify Camp Nou?

Apenas 65% do estádio está operacional. As arquibancadas norte e oeste estão concluídas, mas a sul ainda está em construção, com apenas 20% da capacidade disponível. O sistema de som e iluminação foi atualizado, mas os acessos para deficientes e áreas de imprensa ainda estão em fase final. A previsão é que tudo fique pronto até junho de 2026, com a capacidade total de 105.000 pessoas.

Como a volta ao Camp Nou impacta as finanças do clube?

Cada jogo no Camp Nou gera cerca de €4,2 milhões em receitas (ingressos, merchandising e patrocínios locais), contra €1,8 milhões no Montjuïc. Com 15 jogos restantes em casa na temporada, o Barça pode recuperar mais de €35 milhões em receitas. Isso é crucial para equilibrar o orçamento, já que a dívida da reforma ainda gira em torno de €800 milhões.

O que Hansi Flick quer dizer com “preferimos jogar aqui”?

Flick não está falando só de capacidade ou conforto. Ele está dizendo que o Camp Nou tem uma energia única: o grito dos torcedores ecoa de forma diferente, os jogadores sentem que o estádio os empurra. Isso é algo que estatísticas não medem — mas que influencia decisões táticas, motivação e até a pressão psicológica sobre os adversários. É o que os veteranos chamam de “alma do clube”.

Por que o nome Spotify Camp Nou foi mantido, apesar das críticas?

O acordo com a Spotify é de 15 anos e vale €300 milhões. Apesar da rejeição de muitos torcedores, que preferiam o nome histórico “Camp Nou”, o clube não tinha recursos para financiar a reforma sem esse patrocínio. A diretoria argumenta que o nome é apenas comercial — e que o coração do estádio ainda é o mesmo. Mas a batalha pelo nome pode voltar em 2028, quando o contrato entra em revisão.

O que significa o retorno de Raphinha e Garcia para a disputa do título?

Com eles de volta, o Barça tem agora um elenco completo e equilibrado. Raphinha adiciona velocidade e finalização, enquanto Garcia reduz erros defensivos. Antes, o time sofria com a falta de profundidade na defesa e na criação. Agora, com 10 jogadores titulares em plena forma, o clube é o único na La Liga com mais de 40 gols marcados e menos de 10 sofridos — e isso muda tudo na corrida pelo título.