Lançamento de Livro em Planaltina Aborda Distorção Idade-Série no Sistema Educacional

Lançamento de Livro em Planaltina Aborda Distorção Idade-Série no Sistema Educacional out, 27 2024 -17 Comentários

No dia 8 de novembro de 2024, Planaltina será palco de um evento muito aguardado na área da educação: o lançamento do livro 'O menino da série errada', da renomada professora Marli Dias Ribeiro. Este livro é um poderoso instrumento que lança luz sobre a problemática da distorção idade-série no sistema educacional brasileiro, um tema que vem despertando crescente preocupação entre educadores e gestores escolares. Trata-se do terceiro livro da professora Ribeiro, que já é conhecida por suas contribuições significativas no campo da educação.

A distorção idade-série refere-se a uma situação em que alunos estão matriculados em séries inadequadas para a sua faixa etária, o que pode gerar uma série de problemas tanto no desempenho acadêmico quanto no desenvolvimento social e emocional dos estudantes. Esse fenômeno é particularmente prevalente em alguns contextos escolares do Brasil e pode ser sintoma de problemas mais estruturais no sistema educacional, como a falta de recursos, deficiências curriculares ou práticas de avaliação inadequadas.

O livro 'O menino da série errada' não só aborda a etiologia desse problema, mas também propõe soluções e estratégias práticas que possam ser empregadas para mitigar as suas consequências prejudiciais. Ribeiro apresenta uma análise detalhada dos fatores que contribuem para a distorção idade-série e sugere abordagens que educadores e formuladores de políticas podem adotar para enfrentá-la. Entre as soluções propostas, destacam-se a intervenção precoce e o aprimoramento das práticas pedagógicas, a fim de oferecer um suporte mais personalizado a cada aluno.

O evento de lançamento promete ser um espaço rico de diálogo e reflexão, reunindo educadores, gestores, formuladores de políticas públicas e a comunidade em geral. A expectativa é que essa ocasião estimule a troca de experiências e ideias inovadoras, fomentando a cooperação entre diferentes setores da sociedade na busca por uma educação mais inclusiva e equitativa. Além disso, o lançamento do livro visa sensibilizar a opinião pública e chamar a atenção para a urgência desse tema, que afeta milhares de estudantes em todo o Brasil.

A professora Marli Dias Ribeiro tem um histórico notável de advocacia em prol da educação de qualidade e já publicou outros trabalhos que impactaram positivamente a forma como vemos a educação contemporânea. Nesse novo livro, Ribeiro traz uma abordagem prática e acessível, algo que ela acredita ser essencial para que suas propostas cheguem a todos os níveis do sistema educacional, especialmente àqueles que estão na linha de frente do ensino.

A questão da distorção idade-série foi, por muito tempo, um tema evitado em discussões educacionais, em parte devido à sua complexidade. No entanto, Ribeiro busca desmistificar este assunto, apresentando-o de uma forma compreensível e mostrando que é possível, sim, caminhar em direção à solução desse problema. Entre as abordagens que o livro discute estão desde as reparações nas práticas didáticas em sala de aula até alterações mais amplas nas políticas educacionais do país.

Interessante é notar que, através de histórias e exemplos reais de alunos impactados pela distorção idade-série, o livro promove um engajamento particular com aqueles que talvez desconheçam as nuances do problema, mas que se veem tocados por suas implicações humanas. Os relatos incluídos na obra ilustram as dificuldades enfrentadas por esses estudantes e, ao mesmo tempo, a resiliência e capacidade de superação que muitos acabam desenvolvendo frente à adversidade.

A realização desse evento em Planaltina marca um ponto de inflexão importante no diálogo sobre educação no Brasil, convidando todos os stakeholders a refletirem não apenas sobre as causas, mas, acima de tudo, sobre as soluções em potencial. Com esse livro, a professora Ribeiro espera impulsionar um movimento voltado para a consciência e a ação, assegurando que cada aluno possa usufruir de uma jornada educacional que respeite e responda às suas necessidades únicas.

O evento de lançamento de 'O menino da série errada' representa mais do que a introdução de um novo título ao mercado editorial. Ele é um chamado à ação, um momento de união para todos aqueles que acreditam em uma educação mais justa e adequada às especificidades de cada estudante. É uma oportunidade de aprender, crescer e, acima de tudo, de trabalhar em conjunto para um futuro educacional mais promissor em nosso país.

17 Comentários

Ricardo Torrão

Ricardo Torrão outubro 29, 2024 AT 20:36

Essa é uma causa que eu apoio desde que comecei a trabalhar na escola pública. Vi alunos de 16 anos na 5ª série e outros de 12 na 8ª... não é só um problema de idade, é um problema de dignidade.
Essa distorção mata a autoestima antes mesmo de a criança aprender a multiplicar.
Parabéns à professora Marli por trazer isso à tona com tanta clareza.

Joao Paulo Passos

Joao Paulo Passos outubro 31, 2024 AT 04:18

Claro, mais um livro de professora que acha que o problema é só na escola.
Seu filho não aprende? É culpa da distorção idade-série.
E se o pai tiver 3 filhos com 3 mães diferentes e nunca aparecer na escola? E se a criança mora em um favelão sem luz e vai pra escola só pra tomar café da manhã?
Esse livro é um luxo de quem nunca viu a realidade.

Pollianna Godoi

Pollianna Godoi novembro 1, 2024 AT 15:16

eu li o capitulo 3 e quase chorei... aquela historia da menina que ficou 2 anos repetindo a 4ª serie por causa da falta de vaga na 5ª... isso nao é educacao, é burocracia que mata.
meu irmão passou por isso e hoje tem medo de qualquer teste. nao é ele que é burro, é o sistema que nao viu ele.

dhario luiz

dhario luiz novembro 2, 2024 AT 22:05

ISSO É O QUE A GENTE PRECISA! 🙌
Professora Marli é uma guerreira da educação! 📚❤️
Esse livro vai mudar vidas - e não só as das crianças, mas das famílias inteiras que vivem na angústia de ver o filho perdido no sistema.
Quero ver isso virar política pública, e logo! 💪

Murilo Tinoco

Murilo Tinoco novembro 4, 2024 AT 20:53

Que interessante - mais um livro que trata a distorção idade-série como se fosse um problema novo.
Na França, isso foi resolvido nos anos 70 com o sistema de ciclos. Aqui, ainda discutimos se a criança de 15 anos na 6ª série é 'exceção' ou 'regra'.
É como se a gente ainda acreditasse que o sol gira em torno da Terra. O livro é bom, mas o contexto é desesperador.

Caio Passos Newman

Caio Passos Newman novembro 4, 2024 AT 22:39

A distorção idade-série é apenas a ponta do iceberg. O que realmente está errado é a ideia de que a educação deve ser padronizada. Nós não somos máquinas de produzir currículos. Somos seres que crescem em ritmos diferentes. A escola é um hospital psiquiátrico disfarçado de fábrica. E esse livro? É só um placebo com capa dura.

Sidney Souza

Sidney Souza novembro 5, 2024 AT 16:20

Isso não é só sobre educação - é sobre justiça social.
Se um menino de 14 anos está na 5ª série porque a escola não tem vaga, isso é crime. É negligência. É racismo estrutural. É deixar crianças para trás porque elas são pobres.
Eu vou estar lá no lançamento, e se precisar, vou levar 10 professores da minha cidade comigo. Não podemos mais fingir que isso não está acontecendo.

Cleber Hollanda

Cleber Hollanda novembro 7, 2024 AT 15:20

Todo mundo fala de distorção idade série mas ninguém fala que os pais são os culpados. Se a criança não foi matriculada na hora certa é porque o pai não se importa. Se ela repete 3 vezes é porque a mãe deixa. Educação é responsabilidade da família, não da escola. Esse livro é só mais um jeito de desviar a culpa.

Vinicius Lorenz

Vinicius Lorenz novembro 8, 2024 AT 12:05

Interessante como a literatura pedagógica brasileira está se movendo de uma abordagem normativa para uma epistemologia situada. A distorção idade-série não é um indicador meramente quantitativo - é uma manifestação do capital simbólico em desequilíbrio dentro do campo educacional.
Essa obra de Ribeiro opera como um dispositivo de resistência contra a hegemonia do currículo linear. Parabéns pela desconstrução do paradigma cronológico.

Bruno Figueiredo

Bruno Figueiredo novembro 8, 2024 AT 20:49

Lendo o livro ontem. O capítulo 5 com o caso da Júlia é o mais realista que já vi. Ela tinha 13 anos e estava na 5ª. Não sabia ler direito. Mas sabia desenhar. O professor não viu isso. Só viu a idade.

Leobertino Rodrigues Lima Fillho Lima Filho

Leobertino Rodrigues Lima Fillho Lima Filho novembro 9, 2024 AT 23:45

BRASIL É UM PAÍS DE CRIANÇA QUE NÃO QUER APRENDER. PONTO.
Se o filho não aprende, é porque ele prefere jogar no celular. Não é culpa da escola. Não é culpa da distorção. É culpa da moleza geral. Esse livro é mais uma desculpa para o governo não fazer nada.
Se fosse nos EUA, a criança já teria sido expulsa por atraso. Aqui, a gente vira mártir da educação. 🤷‍♂️

James Robson

James Robson novembro 10, 2024 AT 04:27

Eu já vi isso acontecer com meu irmão. Ele tinha 17 anos e estava na 7ª. A professora falava com ele como se ele fosse uma criança. Ele se calava. Não falava mais nada. Nem em casa.
Hoje ele tem 28 e ainda não terminou o ensino médio.
Eu não sei se isso tem solução. Só sei que dói.

Ana Elisa Martins

Ana Elisa Martins novembro 11, 2024 AT 20:07

Se esse livro for tão bom, por que só está sendo lançado em Planaltina? Por que não em São Paulo, Rio, Belém? Por que só agora? Por que não em 2010?
É só mais um evento simbólico. O sistema não muda por causa de um livro. Muda por causa de dinheiro. E não tem dinheiro.

Genille Markes

Genille Markes novembro 12, 2024 AT 08:46

Meu filho passou por isso. Ele tinha 15 anos e estava na 6ª. Não era burro. Só não tinha tido chance.
Hoje ele está no 3º ano do ensino médio. Não é um gênio. Só teve um professor que não desistiu.
Esse livro precisa chegar a todos os professores. Não só aos que vão ao lançamento.

Meliana Juliana

Meliana Juliana novembro 13, 2024 AT 08:21

Como educadora, acredito que o livro de Marli Dias Ribeiro oferece não apenas diagnóstico, mas também um caminho prático e humanizado. A distorção idade-série não é um defeito do aluno - é um reflexo do sistema que falhou em acompanhar seu ritmo de desenvolvimento. A intervenção precoce, a formação continuada dos docentes e a escuta ativa são pilares que a autora aborda com precisão e empatia. A educação só será equitativa quando deixarmos de medir crianças por calendários e passarmos a vê-las por suas potencialidades. Este livro é um passo essencial nessa direção.

josias Alves Cardoso

josias Alves Cardoso novembro 13, 2024 AT 15:20

eu li o livro e chorei no ônibus. a historia do garoto que só queria ser aluno da 8ª mas ficou na 5ª por 3 anos... isso é real.
eu trabalho com educação infantil e vejo isso acontecendo antes da criança chegar na escola. os pais não sabem quando matricular. os professores não têm tempo pra ajudar. a escola não tem vaga.
precisamos de mais apoio, não de mais livros. mas esse livro é um começo. 🤍

Luciano Oliveira

Luciano Oliveira novembro 15, 2024 AT 08:21

A verdadeira questão não é a distorção idade-série, mas a alienação da infância dentro do paradigma industrial da educação. A escola foi criada para produzir operários pontuais, não sujeitos críticos. A idade cronológica é uma construção social que serve ao capital, não à criança. A proposta de Ribeiro, embora bem-intencionada, ainda opera dentro do mesmo sistema que produziu o problema. O que precisamos é de uma educação desescolarizada, baseada na autonomia, na convivência e na aprendizagem situada. O livro é um primeiro passo, mas o caminho é longo - e talvez, impossível dentro das estruturas atuais.

Escreva um comentário