Em 2024, o Brasil vivenciou uma eleição singular marcada pelo influxo de celebridades e figuras públicas na arena política. Enquanto o público acostumava-se a ver essas personalidades em palcos, na televisão ou nas redes sociais, a decisão de muitos deles de adentrar a política surpreendeu os eleitores e agitadores da cena política. Celebridades de várias origens, tais como apresentadores de TV e ex-BBBs, apareceram no pleito, trazendo consigo toda uma nova dinâmica e chamando a atenção para a importância do carisma e da popularidade na conquista de votos.
Entre aqueles que não conseguiram transformar sua notoriedade em votos suficientes estão nomes conhecidos, como o apresentador José Luiz Datena e a ex-participante do Big Brother Brasil, Mara Viana. Datena, conhecido amplamente por apresentar programas jornalísticos, lançou sua candidatura à Prefeitura de São Paulo, mas seus 112.344 votos não foram suficientes para derrotar seus concorrentes. Do mesmo modo, Mara Viana, que contava com a lembrança afetiva dos telespectadores de sua participação no reality show, não conseguiu mais que 12.031 votos.
Outros artistas que também sofreram derrotas incluem figuras como Cristina Prochaska, Alexandre Correa, irmão de uma famosa cantora, Welington Camargo, e o ator Mário Gomes, além de Sérgio Hondjakoff, Bebeto do Tetra e Zilu Camargo. Muitos deles encontraram dificuldades em traduzir sua fama na mídia em um engajamento político efetivo, e isso refletiu nos resultados eleitorais modestos para todos. Por mais que seus nomes sejam reconhecidos, a votação mostrou-se um desafio que exigiu não apenas reputação, mas habilidades políticas reais e concretas.
Apesar das derrotas, o sistema político brasileiro oferece uma tábua de salvação em momentos oportunos uma vez que a suplência se apresenta como uma chance de alguns desses candidatos ainda assumirem cargos, caso algum titular precise deixar o posto. Celebridades como Zilu Camargo e Babu Santana, por exemplo, mantêm viva a esperança de se integrarem ao cenário político se as circunstâncias permitirem.
Em contrapartida, alguns candidatos famosos conseguiram converter sua fama em um capital político significativo. Thammy Miranda, filho da Gretchen e já um nome conhecido na política paulista, foi reeleito vereador em São Paulo, conseguindo elevar sua votação para 50.234 votos, uma melhoria em relação ao pleito passado. Outro exemplo de sucesso é Alexandre Frota, agora vereador em Cotia, que se beneficiou tanto de sua visibilidade nas mídias quanto de um forte apoio partidário.
A influencer Zoe Martinez demonstra a força das redes sociais ao conquistar uma impressionante votação de 60.272 votos. Seu caso reforça a noção de que, para um público conectado, ter uma presença forte e consistente nas plataformas digitais é quase tão importante quanto as promessas de campanha tradicionais.
As eleições de 2024 revelaram uma vez mais o quanto a visibilidade pode impactar o desempenho eleitoral. À medida que as necessidades dos eleitores se tornam mais complexas, saber conectar-se diretamente com o público, usando plataformas que priorizam a autenticidade e interação pessoal, mostrem-se cruciais. Celebridades como Thammy Miranda e Alexandre Frota usaram estrategicamente suas plataformas, convertendo popularidade em votos, e inspirando talvez uma nova era onde a política se entrelaça cada vez mais com o entretenimento.
O que vem a se seguir na política brasileira ainda é incerto, mas uma coisa é clara: o campo está cada vez mais competitivo, e figuras públicas, cientes de seus seguidores, parecem estar apenas começando a explorar seu potencial político. No futuro, uma maior democratização do acesso à informação e o engajamento das comunidades digitais podem definir novos rumos para o país.
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