O torcedor colombiano que lotou o estádio Metropolitano em Barranquilla na noite de sexta-feira, 6 de junho, saiu frustrado. A Colômbia tinha a obrigação e a chance de ouro, mas tropeçou em um Peru que estacionou o ônibus e arrancou um empate sem gols nas Eliminatórias da Copa de 2026. Com 71% de posse de bola e 15 finalizações, parecia questão de tempo para sair o gol colombiano. Não saiu.
O roteiro foi claro desde o apito inicial: Colômbia pressionando, trocando passes, povoando o campo de ataque; Peru, compactado, esperando o erro para arriscar nos contra-ataques. Camilo Hernández até assustou cedo, mas Pedro Gallese, velho conhecido das eliminatórias, apareceu para salvar os peruanos. Aliás, Gallese teve uma noite quase tranquila, já que a Colômbia não acertou sequer um chute no alvo durante toda a partida. Foi estatística cruel para quem teve o controle da bola e transformou o goleiro adversário em espectador de luxo.
A ausência de Luis Díaz, suspenso pelo acúmulo de cartões amarelos, pesou. Sem o ídolo do Liverpool, faltou criatividade e explosão pelos lados. No meio, Jhon Durán ficou mais marcado pelo amarelo sofrido do que por qualquer jogada que lembrasse perigo real para o gol peruano.
Do outro lado, o Peru sabia desde o início qual seria o seu jogo. Apenas 29% de posse, quatro finalizações e uma meta: segurar o ímpeto colombiano. O antídoto veio na forma de uma defesa compacta, pouco espaço entre linhas e muita resiliência. O único momento de real tensão no ataque peruano veio nos minutos finais do primeiro tempo, quando Edison Flores recebeu livre e exigiu boa resposta da zaga cafetera.
Os peruanos apostaram ainda nas bolas paradas e nas faltas táticas. Foram 15 infrações no jogo, a maioria para “quebrar” o ritmo colombiano e esfriar o embalo do adversário. A tática deu certo, tanto que a Colômbia acumulou posse, mas não conseguiu fazer Pedro Gallese trabalhar de verdade. O árbitro distribuiu dois cartões amarelos, um para cada lado, mas a partida foi disputada sem lances violentos ou polêmicas de arbitragem.
O empate deixa a Colômbia em situação incômoda: é a sexta colocada, com 21 pontos em 15 jogos — carregando agora essa pressão para a reta final das eliminatórias. O tropeço, mesmo jogando bem melhor e diante da torcida, acende o alerta para a reta final da competição. Já o Peru, mesmo ameaçado pela zona inferior, respira aliviado por ter levado um ponto fora de casa ao segurar um dos favoritos.
As Eliminatórias Sul-Americanas seguem imprevisíveis, e para a Colômbia a lição ficou clara: dominar não significa vencer.
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