Ajuste Salarial de Servidores Gera Briga e Polêmica na Câmara de São Paulo

Ajuste Salarial de Servidores Gera Briga e Polêmica na Câmara de São Paulo mai, 31 2025 -0 Comentários

Confusão e Cartazes na Sessão de Votação do Reajuste

O clima ficou pesado na Câmara Municipal de São Paulo nesta semana. O motivo? O polêmico projeto de ajuste salarial de 5,2% para os servidores públicos municipais, dividido em duas parcelas: 2,6% a partir de maio de 2025 e outros 2,55% em maio de 2026. Em meio às discussões, quem roubou a cena foi o vereador Toninho Vespoli (PSOL). Incomodado com os ataques de parlamentares da direita, que minimizaram as reivindicações dos servidores, ele levantou um cartaz direto: "vagabundagem é vereador que só quer lacrar na internet". A resposta veio rápida — Rubinho Nunes (União Brasil) avançou para tomar o cartaz de Vespoli, que reagiu arremessando o objeto. O presidente da Câmara precisou intervir e outros vereadores, como Lucas Pavanato (PL), tentaram acalmar o bate-boca.

O barraco não ficou só entre eles. Servidores que lotavam as galerias não esconderam sua revolta: "fora, Rubinho", gritavam, apoiando Vespoli contra as falas de desqualificação. Era evidente a insatisfação de quem esperava mais da proposta em votação.

Reajuste Aprovado, mas Protestos Continuam

Reajuste Aprovado, mas Protestos Continuam

No fim da contagem, o placar confirmou a aprovação do projeto: 34 votos a favor, 17 contra. Além do reajuste base, o projeto garante os mesmos índices para benefícios como vale-alimentação, vale-refeição e abonos. Mas, longe de ser consenso, o texto foi duramente criticado por categorias como professores, que reivindicam um reajuste de 44% para compensar perdas antigas. Muitos servidores consideram o aumento proposto insuficiente para fazer frente tanto à inflação acumulada quanto às demandas reais da categoria.

Em resposta à insatisfação, Keit Lima (PSOL) apresentou uma contra-proposta que mira um ponto sensível: equiparar o reajuste de todas as categorias, incluindo o salário de vereadores e do prefeito, argumento sustentado pela alegação de que o orçamento permitiria um gesto mais ousado de valorização. Mesmo assim, prevaleceu a alegação do governo de que as contas públicas não suportam aumentos maiores.

A votação encerrou uma greve que já durava dias e reunia servidores de várias áreas. O sentimento é de alívio apenas por terem conseguido alguma reposição, mas com um gosto amargo de derrota para boa parte dos mobilizados. E o clima tenso entre os vereadores só acirrou a percepção de distanciamento entre o plenário e as ruas — onde quem trabalha para a cidade cobra valorização de verdade.

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